Governo de Cuba cria sua própria distro Linux

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Cuba lançou nesta semana sua própria variante do sistema operacional Linux em mais um passo contra o que o governo local chama de hegemonia dos EUA. A distribuição cubana, batizada de Nova, foi apresentada durante uma conferência em Havana sobre "Soberania Tecnológica" e está no centro de uma estratégia do governo para substituir o software da Microsoft que opera a maioria dos computadores da ilha.

O governo cubano vê o uso do Windows, produzido pela empresa norte-americana Microsoft, como uma ameaça potencial, pois afirma que as agências de segurança dos EUA têm acesso aos códigos do software. Além disso, o duradouro embargo comercial norte-americano contra a ilha torna muito difícil a compra legal dos produtos da Microsoft.

- Ter mais controle sobre o processo da informática é uma questão importante - disse o ministro das Comunicações, Ramiro Valdes, que lidera uma comissão responsável pela migração para o software livre.

Cuba, que fica a apenas 114km da Flórida, tem resistido à dominação norte-americana de diversas maneiras desde que Fidel Castro tomou o poder, durante a Revolução de 1959. Raul Castro substituiu o irmão mais velho, de 82 anos, no ano passado, mas os conflitos entre os dois países continuam, agora no campo dos softwares.

De acordo com Hector Rodriguez, diretor da Escola de Software Livre da Universidade de Ciências da Informação de Cuba, cerca de 20% dos computadores no país usam Linux. Na ilha, as vendas para o público começaram apenas no ano passado.

Rodriguez disse que vários ministérios já fizeram a mudança de sistema, mas o Linux ainda sofre resistência de agências governamentais que temem a falta de compatibilidade com aplicativos especializados.

- Eu acredito que em cinco anos nosso país terá mais de 50% das máquinas migradas (para o Linux) - disse.

Diferente dos programas da Microsoft, o Linux é gratuito e permite a modificação livre do sistema para que ele se adapte às necessidades de cada um.

- Softwares propritetários podem ter buracos negros e códigos maliciosos que as pessoas desconhecem - argumenta Rodriguez - O que não acontece com o software livre.
Além das preocupações com a segurança, o software livre se encaixa melhor na visão cubana do mundo, afirma ele.

- O movimento do software livre está mais próximo da ideologia do povo cubano, que é acima de tudo de independência e soberania.

Via Caderno de Tecnologia do O Globo (RSS)

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